No debate do Terra, candidatos dissertaram sobre tarifa zero; Marçal foi contra congelamento da tarifa, Datena apoiou ampliamento da medida
Os candidatos José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB) divergiram ao falar de políticas públicas nesta quarta-feira, 14, durante debate do Terra, em São Paulo. Os dois foram convidados para falar sobre a tarifa zero na cidade e como pretendem trabalhar a mobilidade urbana se eleitos pela população.
Pablo Marçal, responsável por perguntar ao adversário, falou sobre ‘levar empreendedorismo às favelas’. Ele também mostrou-se contra o congelamento da tarifa, dando a entender que pretende aumentar o valor.
“A tarifa está congelada há alguns anos, em R$ 4,40, é isso? Isso é um problema na cidade, a coisa mais inteligente para resolver isso é capilarizar [distribuir/espalhar] o empreendedorismo na cidade. A gente tem um problema de liberação fundiária nas periferias, temos mais de mil favelas na cidade, e se agente levar esse empreededorismo, a gente não vai precisar arrastar o [valor da passagem] como estamos fazendo”.
Em réplica, Datena iniciou demonstrando apoio a tarifa zero, apesar de ter críticas às companhias de ônibus. Segundo ele, é preciso rever as licitações dessas empresas para reduzir o custos do Estado.
“Não sou contra a tarifa zero, só acho que ela é mentirosa porque o subsídio que o governo dá para essa empresa de ônibus é um absurdo. São 5 bilhões e vai passar para 8 bilhões se o Ricardo Nunes continuar. Tomara que não seja. As companhias são sempre as mesmas, não só as envolvidas com o crime organizado, o negócio dá dinheiro, se cobrar preço justo, tarifa justa, você ganha muito dinheiro com isso […] Prova disso é que teve companhia de ônibus que virou companhia de aviação, eles já ganham dinheiro, não precisam de tanto subsidio assim. Não sei porque se falam em tarifa zero quando se rodam apenas 40% da frota no doomingo ou feriado. O que justifica se mais da metade da frota estão parada?”, disse.
De forma rápida, Pablo Marçal questionou Datena sobre o que ele pretende fazer para resolver essa questão. O ex-apresentador da Band, então aproveitou para alfinetar Ricardo Nunes e falar do PCC.
“Primeiro, [o plano é] moralizar os processos de licitação que e não só são sobre o transporte coletivo. Temos duas empresas de ônibus com indícios de envolvimento com o PCC. Primeiro, essas licitações têm que ser passada a limpo. Elas tem que ser licitadas e, incorretas, eliminadas imediatamente do transporte público de SP. Fazendo licitações justas, com certeza, vai ter menos roubalheira e o povo vai poder andar de onibus de graça sábado e domingo também. O recado é rápido, se o Ricardo tem medo de tirar o PCC do meio do governo, eu não tenho”.
Marçal, por sua vez, também falou em revisar contratos e licitações, garantiu também que honrará os pactos que estiverem dentro das legalidades e ainda aproveitou para citar outras implementações e planos de seu governo, alguns relacionados ao trânsito da cidade e outros relacionados a problemas sociais.
“Os pactos precisam ser cumpridos e a Prefeitura em 2025 vai cumprir os acordos, mas vai revisar todos, quem estiver em desacordo vai ter que reajustar e quem não conseguir, vai perder o contrato. Já fique sabendo. Uma empresa privada [Uber] provou que tem como colocar transporte no Rio pinheiros, porque a Prefeitura ainda não colocou? Fica o questionamento. O Trânsito de SP é um trânsito perigoso, ficar focado só nessa tarifa, onde a gente dedica muitos bilhões, [não leva a nada]. A gente acredita que tenha algo por trás muito errado e eu quero não só investigar isso, mas dar a oportunidade dessas pessoas se explicarem […] mas além disso, vamos criar vias expressas nar maginais, instalar câmeras com giro de quadra como nos EUA. Se não tiver ninguém no sinal, você pode passar, lá no exterior funciona. Nós iremos, descentralizar o empreendedorismo, liberando micro-crédito nas comunidades. A pessoa que ganha mais de R$ 5 mil por mês sai da favela. A favela é ausência de estado. A coisa mais inteligente é capilarizar [espalhar] o empreendedorismo. Emprego diminui criminalidade, emprego gera renda e renda gera inflação e isso faz com que a gente cresça. Quero que entendam, não dá pra continuar com Ricardo Nunes, ele está com 12 partidos políticos, ele é o candidato mais caro, o mais perigoso é o Boulos, mas ele é o mais caro”.
Fonte: Redação Terra