Eventual quebra de confiança entre os dois foi suavizada pela gravação não ter indicação de crime por parte de Jair Bolsonaro
Ramagem é apoiado pelo ex-presidente para se candidatar à Prefeitura do Rio de Janeiro neste ano
Foto: Reprodução/Instagram/@delegadoramagem
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enxergam que a relação entre ele o pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro Alexandre Ramagem (PL) deve continuar amistosa, após o vazamento de um áudio encontrado no computador do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As informações são do jornal O Globo.
Na interpretação de pessoas próximas a Bolsonaro, uma suposta quebra de confiança foi amenizada porque a gravação não demonstrou nenhuma indicação de crime por parte do ex-presidente. Ramagem alega que o áudio foi feito com o conhecimento de Jair para “registrar um crime” que não aconteceu, segundo ele.
Os aliados do ex-presidente dizem que ele não sabia que o arquivo ainda estava armazenado no celular de Ramagem, que foi apreendido pela Polícia Federal. Como o conteúdo estaria reforçando o discurso de “perseguição política”, esse fato não colocaria um fim à candidatura de Ramagem.
Sabendo da existência da gravação, Bolsonaro teria ficado irritado. “Se essa é a tal ‘bomba’ contra o Ramagem, ele está feito. Tentaram interferir nas eleições, mas se trata de um atestado de boa fé. Seguimos reforçando que Bolsonaro e Ramagem estão juntos no objetivo de livrar o Rio de Janeiro da esquerda”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho 01 do ex-presidente, ao O Globo.
Conteúdo do áudio
No arquivo de áudio, Ramagem, Bolsonaro, o general Augusto Heleno e duas advogadas discutem a participação de auditores da Receita Federal na criação de um relatório de inteligência fiscal, que levou à criação do inquérito das “rachadinhas” contra Flávio.
Segundo pessoas que trabalham na campanha de Ramagem relataram ao jornal, as manifestações de bolsonaristas sobre o assunto devem citar uma “tentativa de desgaste da campanha”. Não haveria implicação de que Bolsonaro cometeu algum ato ilegal.
A campanha também deve reforçar a amizade entre os dois políticos, sustentada pelas gravações. Também indicará que eles não soltaram as mãos em meio a supostas intrigas e momentos difíceis.
Nesta quarta-feira, 17, é esperado que Ramagem preste depoimento à PF e conceda uma entrevista coletiva. Ele e Bolsonaro retomam as agendas públicas na quinta-feira, 18.
Fonte: Redação Terra