De acordo com o MPRJ, marido da vítima pagou aproximadamente R$ 4,6 milhões para liberá-la. Caso segue sendo investigado
A investigação do sequestro de Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 54 anos, apontou o envolvimento de um amigo da família
A família de Anic de Almeida Peixoto Herdy, advogada desaparecida em fevereiro deste ano, no Rio de Janeiro, pagou uma quantia milionária como resgate para o suposto “sequestro” da vítima. De acordo com o Ministério Público do Rio Janeiro (MP-RJ), os criminosos extorquíram aproximadamente R$ 4,6 milhões, dividido em dólares e até bitcoins.
Após o sumiço de Anic, os criminosos informaram por mensagem de texto de que ela tinha sido sequestrada e exigiram a alta quantia para libertá-la. Coagido por Lourival Correa Netto Fadiga, apontado como mentor do crime e próximo da família, o marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, foi convencido a seguir com as negociações e não informar as autoridades.
Segundo a reportagem do “Fantástico”, que mostrou detalhes do caso no último domingo, 19, Benjamin fez 40 transferências bancárias para comprar bitcoins e dólares e depois fez pagamentos também em espécie de U$ 200 mil e R$ 680 mil.
As investigações apontam que, no dia do pagamento do resgate, o grupo criminoso adquiriu um veículo de luxo, avaliado em RS 500 mil, pagos em espécie, uma motocicleta e 950 celulares com o valor adquirido.
As autoridades acreditam que Lourival contou com a ajuda de uma mulher com quem mantinha um relacionamento amoroso e dos filhos. Na última terça-feira, 14 de maio, o MP-RJ denunciou à Justiça quatro pessoas envolvidas no desaparecimento de Anic. A pedido da PIP de Petrópolis, o Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Petrópolis decretou as prisões preventivas dos acusados.
Entenda o caso
Anic desapareceu no dia 29 de fevereiro em Petrópolis, Região Serrana do Rio. De acordo com as investigações, Lourival, identificado como funcionário da família há quase três anos, foi apontado como mentor do crime e se aproveitou da confiança da família e do conhecimento da rotina da vítima para arquitetar o crime.
Segundo o MP, o mentor do sequestro se apresentava à família como policial federal e passou a ser segurança pessoal dos integrantes, porém, não era. Na denúncia, é destacado que a vítima, sem conhecimento da verdadeira identidade dos sequestradores, pagou o resgate, porém, Anic não foi libertada e o valor foi todo para o grupo criminoso.
Sob a influência do suspeito, que os convenceu a não recorrer às autoridades, a família só denunciou o caso no dia 14 de março. Atualmente, as autoridades têm investigado o caso com a suspeita de que a vítima tenha sido assassinada pelo grupo e teve seu cadáver ocultado.
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