//Sempi avalia dados sobre violência contra mulheres divulgados em fórum nacional

Sempi avalia dados sobre violência contra mulheres divulgados em fórum nacional

A Sempi reforça políticas de proteção e apoio às mulheres, como o “Ei, mermã, não se cale”, que oferece suporte e orientação para mulheres vítimas de violência.

A Secretaria de Estado das Mulheres do Piauí (Sempi) divulgou análise sobre a vitimização das mulheres no Brasil, utilizando dados do Fórum de Segurança Pública e Anuário Brasileiro de Segurança Pública. De acordo com a pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização das mulheres no Brasil”, quase 30% das brasileiras relataram ter sido vítimas de algum tipo de violência ou agressão no ano de 2022, o que equivale a 18,6 milhões de mulheres acima de 16 anos.

De acordo com a secretária das Mulheres, Zenaide Lustosa, os dados da pesquisa demonstram que a misoginia ainda está muito presente em nossa sociedade, por isso a Sempi tem investido em ações e estratégias voltadas para mudar essa realidade. “A Secretaria das Mulheres do Piauí tem investido na sensibilização e criação de serviços e mecanismos que possam acolher essas mulheres, como a criação do protocolo ‘Ei, mermã, não se cale’, que funciona 24 horas por dia, bem como a construção de dois Centros de Referência da Mulher, um em São Raimundo Nonato e outro em Picos. Citamos também a Casa da Mulher Brasileira em Parnaíba, com início previsto para 2024 e a estruturação do Centro de Referência Francisca Trindade, com serviço psicossocial e jurídico”, destacou.

Zenaide ainda ressalta o lançamento da campanha #PiauíSemMisoginia, previsto para o dia 6 de dezembro, onde várias instituições públicas e privadas vão aderir ao protocolo de intenções, comprometendo-se  a desenvolver ações nesses espaços para coibir a violência contra a mulher.

Cresce número de denúncias 
Os dados do fórum demonstram que a região Nordeste, apesar de apresentar a maior redução em termos proporcionais, ainda registrou 187 denúncias de violência de gênero no primeiro semestre de 2023. Na avaliação da Sempi,  o maior acesso à informação, a existência de uma política de apoio a vítimas e o aumento da divulgação de direitos faz crescer o número de denúncias contra agressores, tanto por parte das vítimas como por parte de quem testemunha os casos.

“O entendimento sobre os diferentes tipos de violência contra a mulher é um dos fatores que influenciam no aumento de denúncias. Quanto mais o assunto é difundido, mais pessoas são conscientizadas, e com mulheres mais conscientes, o número de denúncias contra agressores cresce.  Antes, muitas mulheres sequer entendiam que viviam em um relacionamento tóxico e abusivo. Portanto, a difusão do assunto é essencial para influenciar mulheres a quebrarem ciclos de violência”, defende a secretária da Sempi.

Outros dados
Os números revelam ainda que, a cada 8 minutos,  uma mulher ou menina foi vitma de violência sexual entre janeiro e junho deste ano, um cenário que exige ações ainda mais urgentes e eficazes para proteger as mulheres.

De acordo com o Laboratório Elas Vivas, em relação ao ano passado, houve um aumento de 17,84% de casos de violência, somando 11.836 denúncias pelas delegacias especializadas (DEAMs). Teresina lidera os registros nas delegacias não especializadas, totalizando 3.635 casos (37%) de janeiro a setembro de 2023. Parnaíba segue com 554 registros (4%), com pico em julho (85 casos). Em terceiro lugar, Picos e Campo Maior possuem, ambos 3%, dos registros, com média de 34 e 33 casos por mês, respectivamente. Outros municípios como Floriano, Altos, José de Freitas, Oeiras e Piripiri respondem por 2% dos casos, com quantidades variadas de registros, destacando-se as máximas mensais e médias em cada localidade. União, Uruçuí, Barras, Jacobina e Luís Correia apresentam 1% dos índices, com variação nos números de registros ao longo dos meses.

Nesse cenário, a Sempi reforça suas políticas de proteção e apoio às mulheres, incluindo iniciativas como o “Ei, mermã, não se cale”, que oferece suporte e orientação para mulheres vítimas de violência. A Sempi ainda reitera a importância de conscientizar a sociedade sobre os impactos da misoginia e da necessidade de promover valores de respeito, empatia e igualdade entre os gêneros. “É um esforço contínuo, que envolve não apenas políticas públicas efetivas, mas também esforços conjuntos entre instituições governamentais, sociedade civil e setor acadêmico para superar os desafios enfrentados pelas mulheres no País”, reforça a secretária Zenaide.

Fonte: Ascom/Pi.gov