A Justiça do Piauí aceitou o pedido do Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) e determinou o afastamento do prefeito de Uruçuí, Francisco Wagner Pires Coelho. A decisão é do desembargador Erivan José da Silva Lopes, da 2ª Câmara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Piauí. O afastamento foi determinado pelo prazo de 180 dias.
O gestor é suspeito de desvio de recursos públicos por meio da contratação com sobrepreço da empresa Ambientar Construções e Serviços de Obras. Conforme o Procedimento de Investigação Criminal nº 14/2020, instaurado para apurar possíveis práticas de crimes de fraudes em licitações e contratos no município durante a gestão do prefeito em 2017, no seu primeiro mandato, e 2022, durante o segundo, a investigação apontou para possíveis crimes praticados com a participação de Elano Martins Coelho, filho do prefeito, e de diversos empresários e suas empresas.
A análise dos dados bancários, conforme as investigações do Gaeco/MPPI, evidenciou a existência de relações financeiras suspeitas entre a empresa, seus sócios, procuradores e parentes, e o prefeito de Uruçuí, seu filho e seus parentes. A investigação também apontou para o envolvimento de servidores públicos municipais.
Segundo o Gaeco/MPPI, as investigações indicam que parte dos recursos municipais teriam sido desviados em benefício de Francisco Wagner e seus familiares, utilizando a empresa e servidores públicos municipais nessa operação, com a participação de seu filho Elano Coelho e de seu sobrinho Denilson Rezende, circunstâncias que serão melhor apuradas a partir da análise dos materiais apreendidos.
Operação Cerrados
Na última segunda-feira, 20 de março, o Gaeco/MPPI, em conjunto com a Polícia Civil (PC-PI), a Polícia Militar (PM-PI), Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e Ministério Público do Estado do Maranhão, deflagrou a Operação Cerrado. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos Estados do Piauí e Maranhão, nas cidades Teresina, Altos, Balsas e Timon.
A investigação visa apurar a prática dos crimes de desvios de recursos públicos, organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude à licitação, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva, cometidos através de contratos firmados entre empresas de fachada e o Município de Uruçuí.